Hoje, ao abrir o jornal dominical (sim, eu leio o jornal de domingo no domingo. Sou esquisita, eu sei!) me deparei com uma foto de capa toda colorida, linda onde 3 crianças, com não mais de 6 anos de idade, usavam seus tablets pacíficamente. Logo abaixo, em letras garrafais a manchete: 5 RESPOSTAS PARA MELHORAR A EDUCAÇÃO.Passei um bom tempo olhando para a foto e tentando entender o que as palavras tinham a ver com a imagem. Fui, então, conferir a matéria em busca das 5 RESPOSTAS e qual não foi meu susto ao ler que uma das RESPOSTAS é referente a foto da capa, de uma escola particular de Porto Alegre que exige o equipamento já na lista de materiais escolares, e que cobra também uma mensalidade inacessível para uns 80% da população do estado (sendo otimista!).
Aquilo tudo me deixou muito revoltada. Ideias para melhorar a educação sempre serão bem vindas, sim, mas ideias que sejam viáveis e plausíveis, que sejam aplicáveis e acessíveis. Se fosse tão simples, exigiríamos que o governo desse um tablet para cada aluno de escola pública, treinasse os professores sobre a melhor forma de usá-lo e... Voilá, tudo certo e foram felizes para sempre! Isso é deboche, certo?
Ideias mágicas e mirabolantes? Ah, tá! Quero ver surgir uma ideia que seja viável e aplicável numa escola da periferia, da vila, onde vários alunos vão para fugir da violência das ruas - e muitas vezes de suas próprias casas- , para ter algo para comer naquele dia, e onde os professores, desconsiderando baixos salários ou não, escolas sucateadas ou não, lá estão por amarem o que fazem.
Como professora que vê essa realidade todos os dias me senti agredida, desrespeitada.
A solução do jornal funcionou para mim como uma bofetada na cara, que passou o dia todo doendo e me embrulhando o estômago.
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