quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Quem sabe tudo é a Hermione...

Nesses meus poucos anos como educadora acumulei vários questionamentos a respeito do fazer educação. Questionamento sobre o processo em si e, principalmente, sobre métodos de avaliação e aprovação dos alunos em pleno século XXI.
Numa ocasião até chutei o balde ao ler opiniões sobre como melhorar a educação na lua, em Saturno ou num universo paralelo, mas inviável para nossa realidade de sala de aula.
Tudo o que consegui até hoje foi ter mais e mais certeza de que não há mais espaço para educação pequena, encolhida, convencional e conteudista. E o pior de tudo, na minha opinião, é avaliar alunos com as apavorantes provas, que não provam nada a ninguém. Digo e continuo dizendo que, enquanto estivermos dando aulas e avaliando um nome na lista de presenças, seremos nada mais nada menos que meros leitores de nomes em uma lista de presenças.
Enquanto não tivermos consciência de que o nome representa uma PESSOA, que essa pessoa vem de algum lugar, tem sonhos, ideias, vontades, saberes que traz consigo e vai para algum outro lugar, não estaremos sendo educadores, mediadores de conhecimentos. Seremos meras figuras decorativas, arrogantes em nosso próprio mundinho de que somos os sabe-tudo, os donos no conhecimento e quem está sentado em "nossa sala de aula" são apenas sacos vazios que devemos encher com conteúdos e mais conteúdos.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Pequena nota sobre tradições, costumes, comemorações, atitudes xenofóbicas e coizital.


Hoje pela manhã, vindo de trem para o trabalho, ouvi uma conversa que era mais ou menos assim:
- A Fulaninha e o Fulaninho foram para a escola, hoje, fantasiados de monstrinhos. Ficaram umas gracinhas, mas não sei pra que as profes inventam isso.
- Verdade, meu! Acho ridículo ficarem comemorando “festa das bruxas” quando isso nem faz parte da nossa história, do nosso povo. Vão aprender a ser peão e prenda e dançar chula que vale mais. Até sambar um carnaval tá valendo. Agora, vir dar uma de metida a cultura americana, não dá, né? Pouca vergonha achar que dá pra adotar costume americano e que todo mundo vai engolir.
- Falou bem certinho. Também acho, mas mudando de assunto, já decidiram onde vai ser comemorado o aniversário do Ciclano?
- Tinha uns quatro lugares e pra não dar briga fizeram votação. Vai ser no Mac da Doutor Flores mesmo. Pertinho do escritório e tem como reservar os lugares. Melhor assim, né? Ninguém briga nem chega atrasado ao trabalho para o turno da tarde. “
Ponto final, pois meus ouvidos começaram a zunir e a parte de mim que não é sociável nem domesticada começou a tentar sair pela garganta. Pensando bem, nem sei se saberia responder a tantas bobagens juntas sem passar algumas horas dando de dedo em tanta xenofobia mal estruturada.
Fiquei pensando nisso a manhã toda e, agora à tarde, ao dar uma xeretada no Facebook vi um post que adorei (e já compartilhei), falando exatamente sobre aqueles que acham que Papai Noel nasceu no Brasil, e que o Coelhinho da Páscoa, antes de virar adulto, se exercitava nos pagos do Rio Grande do Sul.
Aos que torcem o nariz para o Halloween dizendo que isso não faz parte da nossa (leia a palavra "nossa" como se estivesse falando com a boca cheia) cultura, sinto dizer, mas há controvérsias. Se formos levar essas comemorações ao pé da letra teríamos outras festas ditas daqui que não deveriam existir, sendo que vieram com imigrantes de todas as partes do planeta, portanto faziam parte de todas as outras partes do planeta. Sendo assim, teríamos que inventar o Dia do Curupira, Dia da Mula-sem-cabeça, Dia do Boto-cor-de-rosa, entre outros, se quiséssemos comemorar algo nascido exclusivamente aqui (em alguns casos, considerando a opinião das tribos indígenas que lhes deram origem, não esqueçam).
E é por isso que reafirmo: Eu amo ser brasileira e ter a mistura de crenças, raças, cores, cheiros e sabores que meu país tem. E eu amo comemorar o Halloween, que, das festas pagãs, para mim, essa é a mais "fantasticulosa"! E vou continuar amando comemorar o Natal também, por tudo o que ele representa no meu fim de ano. E vou continuar não gostando de carnaval pela aglomeração e o calor (é no verão, né?), exceto pelo feriado que ele proporciona. E vou continuar achando motivo para meus dias serem mais felizes e divertidos, pois de sério e difícil, já me basta assistir os telejornais na TV.

Bom Halloween para você também!  

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Os cadernos de cozinha de Leonardo da Vinci

Existem dias na vida da gente que são tão tumultuados, tão estressantes que a impressão que se tem é que tá na hora de dar um basta, brecar na descida, segurar o pé de vento.  E existem outros dias que nem com varinha mágica ou com pó de pirlimpimpim seriam melhores.
Nestes momentos você pode escolher entre o “sair gritando como doida pelo mundo à fora”, o que  acredito não ser a melhor solução, pois sempre aparece um “parente dedicado”, um “amigo fiel” para perguntar se você quer um calmante na veia ou uma estada no manicômio mais próximo e isso pode deixá-lo, consequentemente, órfão do parente ou do amigo.
Existe também a opção de você pode dar um basta, levantar a bunda da cadeira em que está sentada e correr até o  baú de tesouros mais próximo ( no meu caso, minhas prateleiras de livros, filmes e músicas) e dar aquela paradinha básica, saudável e imperativa para a manutenção de todos os seus parafusos e miolos no lugar. Ler/reler algo muito gostoso, ver aquele filme que já estava dando saudades, ou ainda, ouvir aquelas músicas daquela banda que, mesmo que já tenha passado do balzaquiano há tempos, ainda te emociona e te relaxa.
E foi num desses momentos, numa aula ( das mais produtivas, mas também das mais cansativas), que descobri, entre os materiais de aula da minha professora um livro intitulado Os cadernos de cozinha de Leonardo Da Vinci.
Infelizmente, embora uma admiradora entusiasmada do dono dos cadernos, nunca fui uma pesquisadora nata de sua vida e de mínimos detalhes de sua existência, a não ser poucas coisas que são comuns a muitos: sua homoafetividade, sua genialidade, seu vegetarianismo, sua genialidade, sua capacidade criativa em zilhares de campos e, por fim, sua genialidade.
Li o livro todo em dois dias, desconsiderando as paradas para necessidades básicas (bobagens diárias como comer, dormir, tomar banho, entre outras, que qualquer ser humano, por mais atucanado e atrasado que possa estar, necessita), e achei delicioso. Já na introdução há uma nota de esclarecimento informando que os pesquisadores e historiadores da biografia da-vinciana discordam e alguns contestam sua autenticidade, mas há possibilidade de serem verdadeiros por terem sido encontrados junto a outros que seriam verídicos.
Isso tudo não faz muita diferença no processo de leitura, pois o texto é uma aula de que a melhor arma contra o tempo e o esquecimento ainda é a escrita. No livro há muitas e muitas dicas de alimentação, sim, mas também há informações preciosas sobre os usos e costumes de uma época por si só perturbada e perturbadora.  Da Vinci, e assim quero crer que tenha sido, registrava informações que podem até soar engraçadas nos dias de hoje, mas que na época eram de uso comum. Vale a leitura, nem que seja para respirar novos ares, dar uma pausa na tumultuada vida diária.
Tentei encontrar o livro para comprar, mas não consegui. Apenas duas cópias na Estante Virtual, porém com preços tão abusivos que quase movo um processo por tentativa de extorsão contra os anunciantes.
Em contrapartida, reuni alguns trechos para compartilhar, pois só pelas risadas, pelas arrepiadas e pelos sustos que me proporcionaram, já estão valendo como calmante no cérebro.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Pequena nota sobre tradições, costumes, comemorações, atitudes xenofóbicas e coizital.


Hoje pela manhã, vindo de trem para o trabalho, ouvi uma conversa que era mais ou menos assim:
- A Fulaninha e o Fulaninho foram para a escola, hoje, fantasiados de monstrinhos. Ficaram umas gracinhas, mas não sei pra que as profes inventam isso.
- Verdade, meu! Acho ridículo ficarem comemorando “festa das bruxas” quando isso nem faz parte da nossa história, do nosso povo. Vão aprender a ser peão e prenda e dançar chula que vale mais. Até sambar um carnaval tá valendo. Agora, vir dar uma de metida a cultura americana, não dá, né? Pouca vergonha achar que dá pra adotar costume americano e que todo mundo vai engolir.
- Falou bem certinho. Também acho, mas mudando de assunto, já decidiram onde vai ser comemorado o aniversário do Ciclano?
- Tinha uns quatro lugares e pra não dar briga fizeram votação. Vai ser no Mac da Doutor Flores mesmo. Pertinho do escritório e tem como reservar os lugares. Melhor assim, né? Ninguém briga nem chega atrasado ao trabalho para o turno da tarde. “
Ponto final, pois meus ouvidos começaram a zunir e a parte de mim que não é sociável nem domesticada começou a tentar sair pela garganta. Pensando bem, nem sei se saberia responder a tantas bobagens juntas sem passar algumas horas dando de dedo em tanta xenofobia mal estruturada.




Fiquei pensando nisso a manhã toda e, agora à tarde, ao dar uma xeretada no Facebook vi um post que adorei (e já compartilhei), falando exatamente sobre aqueles que acham que Papai Noel nasceu no Brasil, e que o Coelhinho da Páscoa, antes de virar adulto, se exercitava nos pagos do Rio Grande do Sul.
Aos que torcem o nariz para o Halloween dizendo que isso não faz parte da nossa (leia a palavra "nossa" como se estivesse falando com a boca cheia) cultura, sinto dizer, mas há controvérsias. Se formos levar essas comemorações ao pé da letra teríamos outras festas ditas daqui que não deveriam existir, sendo que vieram com imigrantes de todas as partes do planeta, portanto faziam parte de todas as outras partes do planeta. Sendo assim, teríamos que inventar o Dia do Curupira, Dia da Mula-sem-cabeça, Dia do Boto-cor-de-rosa, entre outros, se quiséssemos comemorar algo nascido exclusivamente aqui (em alguns casos, ainda teríamos que perguntar a opinião das tribos indígenas que lhes deram origem, não esqueçam).

E é por isso que reafirmo: Eu amo ser brasileira e ter a mistura de crenças, raças, cores, cheiros e sabores que meu país tem. E eu amo comemorar o Halloween, que, das festas pagãs, para mim, essa é a mais "fantasticulosa"! E vou continuar amando comemorar o Natal também, por tudo o que ele representa no meu fim de ano. E vou continuar não gostando de carnaval, exceto pelo feriado que ele proporciona. E vou continuar achando motivo para meus dias serem mais felizes e divertidos, pois de sério e difícil, já me basta assistir os telejornais na 
TV.






Bom Halloween para você também!  

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Quer brincar, brinca com jeito!

Publicada originalmente em 02/09/2012


Hoje, ao abrir o jornal dominical (sim, eu leio o jornal de domingo no domingo. Sou esquisita, eu sei!) me deparei com uma foto de capa toda colorida, linda onde 3 crianças, com não mais de 6 anos de idade, usavam seus tablets pacíficamente. Logo abaixo, em letras garrafais a manchete: 5 RESPOSTAS PARA MELHORAR A EDUCAÇÃO.
Passei um bom tempo olhando para a foto e tentando entender o que as palavras tinham a ver com a imagem. Fui, então, conferir a matéria em busca das 5 RESPOSTAS e qual não foi meu susto ao ler que uma das RESPOSTAS é referente a foto da capa, de uma escola particular de Porto Alegre que exige o equipamento já na lista de materiais escolares, e que cobra também uma mensalidade inacessível para uns 80% da população do estado (sendo otimista!). 
Aquilo tudo me deixou muito revoltada. Ideias para melhorar a educação sempre serão bem vindas, sim, mas ideias que sejam viáveis e plausíveis, que sejam aplicáveis e acessíveis. Se fosse tão simples, exigiríamos que o governo desse um tablet para cada aluno de escola pública, treinasse os professores sobre a melhor forma de usá-lo e... Voilá, tudo certo e foram felizes para sempre! Isso é deboche, certo? 
Ideias mágicas e mirabolantes? Ah, tá! Quero ver surgir uma ideia que seja viável e aplicável numa escola da periferia, da vila, onde vários alunos vão para fugir da violência das ruas - e muitas vezes de suas próprias casas- , para ter algo para comer naquele dia, e onde os professores, desconsiderando baixos salários ou não, escolas sucateadas ou não, lá estão por amarem o que fazem. 
Como professora que vê essa realidade todos os dias me senti agredida, desrespeitada. 
A solução do jornal funcionou para mim como uma bofetada na cara, que passou o dia todo doendo e me embrulhando o estômago.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Momento meditação sobre a polêmica da vinda dos médicos estrangeiros e toda a gritaria que alguns estão fazendo por isso.


Não sou dona da verdade, nem pretendo ser a detentora dos segredos das verdades absolutas. Me corrijam se eu estiver errada, mas, antes de qualquer coisa quero deixar registrado que há profissionais fantásticos, trabalhando por amor à profissão e que fazem do exercício da medicina uma verdadeira obra merecedora de aplausos, de todo nosso agradecimento e consideração. Aos meus amigos que são médicos e aos meus médicos que são amigos, desde já saibam que não vivo sem vocês! Literalmente.










Que a saúde pública no país está entrando em colapso e necessita de mudanças urgentes, nem se discute.
Que há investimentos inferiores ao necessário em vários pontos do país, idem.
Que o sucateamento do sistema de saúde é vergonhoso e até os sucateadores já perceberam isso (alguns só depois das passeatas e mobilizações gigantescas, convenientemente), é notório.
Mas, e se pararmos para perguntar a quem mais se preocupa com isso? Se perguntarmos aos usuários do SUS, dos planos de saúde e de dependentes do atendimento de profissionais da medicina, tão essencial ao bem estar físico de todos nós:
- O que você pensa sobre tudo isso? Qual seu ponto de vista? Você é à favor ou contra a contratação de médicos de fora?
Será que se fizéssemos uma enquete/pesquisa/coizital com usuários do SUS, seja nas filas dos postos de saúde, nos hospitais, aguardando atendimentos diversos, entre outros, sobre o que pensam, o que desejam como principais interessados na melhoria do atendimento, teríamos dados interessantes? Curiosos? Assustadores?
Exemplos:


O que será que aquela mãezinha, que leva um filho doente ao pronto socorro vai responder? Será que ela vai pensar que o grande culpado é o governo, seja ele quem for e passar pela sua frente? Ou será que ela vai lembrar que o profissional que lhe atendeu, demorou menos de 5 minutos para realizar a consulta, nem tocou no doentinho, e, ao fim, recomendou que desse AAS para o filho?




Será que a vovozinha, aguardando atendimento no posto de saúde vai pensar que a demora de meses para consulta com especialista se deve única e exclusivamente à incompetência dos órgãos públicos? Ou vai lembrar que quem agendou a consulta, numa data que aquela vovozinha nem sabia se estaria viva para comparecer (de tão distante que ficou), informou-lhe que toda a demora se deve a uma grande falta de profissionais, que por mais que se tente contratar, não aparecem interessados.


 
Será que aquele usuário de plano de saúde, que também teve sua consulta agendada para um tempo considerável, teve que voltar ao consultório para pedir que o médico que lhe atendeu refaça a receita com medicamentos de valor mais em conta, pois os medicamentos prescritos estão fora do seu orçamento e, infelizmente, o laboratório indicado está fora de seu orçamento?



 Será que aquela paciente de doença crônica (neste caso, essa que vos escreve) pensará que os médicos que atendem pelo seu plano de saúde são extremamente mal pagos (plano de saúde, lembram? dezenas, centenas, milhares de pagantes a mais para serem pacientes? Atende quem quer, quando quer…)? Ou vai sentir vontade de chamar a polícia, quando o referido "profissional" lhe cobra um absurdo valor a mais pela consulta, alegando que o que o plano lhe paga não é o suficiente, mas que não larga o convênio para não perder TODOS os pacientes que atende diariamente?




Interessante proposta para meditação.
E você? Qual o seu ponto de vista?
Taí. Tenho a maior curiosidade de saber.






Agora, se ainda achar que deve, pode apedrejar.





















segunda-feira, 25 de março de 2013

Vale a pena ler de novo





TERRITÓRIOS INVISÍVEIS


Na primeira vez que li Territórios Invisíveis fui acometida de um insano desespero de chegar até a última página que não me permitiu parar para comer, ir ao banheiro ou lembrar de respirar. Esse último agradeço por estar tão incorporado a minha pessoa, que não precisa de sinais de necessidade para que a respiração se dê. Obrigada! Mas o que sobrou teve que gritar, e muito para que eu abandonasse alguns minutos a leitura para as coisas mundanas e que atrapalham muito quando se está em um universo paralelo com o cérebro, mas em nossa dimensão chatinha e normal com o corpo.  


Agnus Dei – A idade do sangue

A leitura de Agnus Dei foi uma leitura-refresco, um presente com boas surpresas, mas destaco três, que considero as melhores.
Em primeiro lugar tive o encantamento visual, provocado pela encadernação do livro em si. Para um livro escrito por uma fã de RPG, nada mais óbvio que sua encadernação seja, no mínimo, diferente. Pois Agnus Dei vai além disso. O livro é lindo! A capa é uma união de cores e imagens que provocam os sentidos e as páginas internas são estampadas com a reprodução de um céu nublado e tempestuoso, combinando perfeitamente com o tom da história que se lê. Nota 10 para o criador disso.

domingo, 24 de março de 2013

" ...que em qualquer lugar por onde eu andar, vou lembrar de você..."


O cara que sabia inventar temperos, que fazia o melhor abacaxi no espeto que já comi e que  sempre tinha um vinho especial que comprou porque sabia que eu iria gostar".




Chaplin disse:
"Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso."


Algumas pessoas entram em nossas vidas por mero acaso, e por mero acaso vão embora. Outras entram pois tinham que ali estar e fazer algo pela nossa história. 
Hoje tive que me despedir de uma pessoa muito especial. Então, peço licença para fazer uma homenagem pública a ele, que leva consigo um pedaço de mim e deixa comigo algo dele. Vim parar em Porto Alegre por "culpa" dele. Eu, que só vinha passear e logo ia embora, fui adotada e transformada em filha (com direito a broncas e puxões de orelha também, não se engane do contrário!), numa época em que eu vivia cem anos a mil. Ele é  o pai da minha best friend 4ever, pai que adotei e com quem eu passava horas conversando sobre tudo e todos, por que ele sempre tinha uma opinião para compartilhar, uma sugestão de melhoria para dar, uma ideia genial para pôr em prática. Hoje eu estou órfã de novo. Pela segunda vez. Sei que a dor passa, mas a saudade não, por isso aqui fica meu carinho explícito.
Obrigada, meu amigo. Obrigada pela tua “participação especial” na minha vida e por tudo que tu deixou aqui que vão nos fazer falta.
Vai em paz, fique bem e tenha a certeza de que “qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.”
O título é uma homenagem para ele, que gostava de Roberto Carlos e ria da minha cara quando eu dizia que preferia não saber disso. 

Invisível e doloroso mundo cão

Terminei de ler na semana que passou o livro As vantagens de ser invisível, de Stephen Chbosky. Confesso, com um certo constrangimento, que só peguei o livro para ler depois de minha filha ter falado  muito nele, e um amigo ter feito um post no facebook, perguntando sobre opiniões pós leitura.
Digo constrangimento por que a primeira coisa que pensei foi: ah, o que poderá vir de um livro que fala de mais uma turma de high school americana?
É. Pois é. Eu fiz isso.. Shame on me!
Comecei a ler o livro, que é pequeno (tem 223 páginas) e fui jogada para dentro da intimidade de Charlie, um garoto de 15 anos, que é muito peculiar já nas primeiras frases. Para começar, toda a narrativa é feita através de cartas que Charlie escreve a um amigo invisível, mas que até o final do livro dá para se ter uma ideia de quem possa ser esse amigo, embora tudo fique somente na especulação, pois nada é revelado de concreto. Tudo isso é feito através de cartas datadas, inicialmente a partir de 25 de agosto de 1991, onde o mais importante é o que ele escreve e como ele escreve a esse amigo.